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Falar de planejamento e práticas docentes na educação infantil é abrir um leque de polêmicas e não há permitido ou proibido. Há posturas e concepções a declarar. Contudo, uma coisa é certa: ação educativa não se efetiva pela improvisação. É essencial a intencionalidade educativa do professor, agindo, registrando, analisando e planejando os próximos passos. Planejar é preciso! Ao planejar nossas ações, fazemos escolhas e a partir do que elegemos, anunciamos nossa postura, nossas escolhas teóricas, nossos valores pedagógicos.
Há muitas formas de se planejar o dia a dia e o professor da infância, deve compreender que não é possível separar linguagens, vivências e aprendizagens. As crianças vivem as situações e os momentos como se fossem um todo, completo e complexo. Elas não separam as aprendizagens por linguagens, temas, brincadeiras. Para elas, tudo está no universo do Brincar. Tudo é uma brincadeira, essa é a linguagem natural da criança.
Sendo assim, o planejamento deve considerar prioritariamente, o brincar como linguagem própria, a cultura infantil, o cuidar, as interações e as atividades do cotidiano, evitando bruscas interrupções.
Viver o cotidiano da escola se constitui em viver relações, viver rotinas, viver o inesperado, enfim, viver a vida. Há o momento de chegada, a acolhida de adultos e crianças, há que se organizar os pertences e escolher onde vai brincar, com quem e com o quê! Organizar tempos e espaços, todo dia. Observando essa situação, deve-se definir locais para a organização dos pertences e ambientar espaços com brinquedos, objetos e materiais não estruturados, do tipo: rolinhos, tocos de madeira, objetos curiosos. Deve-se planejar cantinhos com diferentes possibilidades de interação e descobertas.
Essa é apenas uma situação a ser planejada na educação infantil. E são tantas outras… Os momentos de cuidados pessoais e higienização, sono, alimentação, banho… Rodas, projetos, temas, festas ou datas comemorativas…Muita coisa para observar, registrar, pensar, planejar e replanejar.
Conheço muitos professores que acreditam no potencial da criança e se colocam como mediadores ao seu lado, vivem práticas contextualizadas e significativas. Dessa maneira, o planejamento na educação infantil torna-se desafiador, acolhedor, sem pressões ou expectativas a serem cumpridas. Uma prática pegagógica mediadora só acontece em um cenário educativo constituído nessa perspectiva no planejamento, pelo professor junto com as crianças.
Ao contrário disso, professores pressionados por coordenadores ou muito centrados em suas ações e em tarefas a cumprir, correm o perigo de não observar verdadeiramente cada criança, suas perguntas, dificuldades e descobertas. Planejam sozinhos, atividades que não se conectam. Descontextualizadas e fragmentadas. Qual o sentido de planejar apenas para encher caderno, para coordenador ver, para quê? Para mudar essa postura e planejar com sentido, para ser um professor ainda melhor para suas crianças, experimente essas 5 dicas:
- Buscar continuidades ao trabalho desenvolvido
- Observar com olhar atento e escuta sensível.
- Escrever as ações e falas das crianças,
- Perceber os interesses da meninada.
- Registrar, refletir, comunicar e planejar.
Por fim, a sugestão é viver junto com as crianças. Deslocar-se. Descentralizar-se. Estar ao lado. Estar atento e planejar a partir das experiências e interesses das crianças é um exercício diário.
Exercite-se, professor(a)!