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Estive recentemente no Pará, em Formação de Professores da Infância e nas conversas com professoras sobre práticas pedagógicas que garantem os 6 Direitos de Aprendizagem (Brincar, Participar, Expressar, Conviver, Explorar e Conhecer-se), uma delas fez um relato sobre a Sacola Literária, um trabalho importante nas práticas de leitura na educação infantil, que promove também a integração da instituição com as famílias. Algumas desconheciam esse recurso e senti a necessidade de refletir e escrever sobre essa prática tão comum e ao mesmo tempo tão importante no diálogo entre a literatura, leitura, escrita, oralidade, crianças, adultos, livros e histórias.
Eu, particularmente já vivi, já acompanhei e continuo incentivando a construção e realização de projetos que incluem práticas de leitura literária na infância em parceria com as famílias e acredito que cada professor(a) deve construir uma identidade para o projeto do seu grupo, partindo sempre do interesse das crianças. Histórias de aventuras, contos clássicos, modernos… são tantas possibilidades na literatura!
Por falar em identidade, esse texto fala sobre a “Sacola Literária” que foi citada em uma formação, mas eu já vi projetos com muitos nomes por aí: Mala de Leitura, Mala Viajante, Mala de Histórias, Sacola conta Contos, Caixa de Poesias, entre tantos outros… O nome é o que menos importa,
o importante é compreender a importância do trabalho com o acervo literário, as relações com a leitura mesmo antes de ser formalmente leitor, a construção afetiva com os livros e que esse é um recurso incrível para inserir as famílias no trabalho com a literatura desenvolvido na escola, especialmente na Educação Infantil.
Para inspirar o trabalho com a leitura dentro e fora da escola, inicie esse projeto seguindo essas 7 dicas:
1- Escolha bons livros e monte um repertório de qualidade, preste atenção no autor e ilustrador, faça uma lista com os títulos. Perceba as preferências das crianças. Acolha. Perceba também as suas preferências!
2-Fale a respeito da ideia de levar esse livro para casa, conte do projeto, ouça a meninada.
3-Planeje com as crianças e inicie escolhendo uma sacola, caixa ou mala e incentive a turma a colar figuras, pintar ou desenhar.
4-Com o grupo, crie bonecos, personagens das histórias e combine com a meninada uma escala, um rodízio para a Mala passear, pode ser um final de semana na casa de cada um. A mala pode ir para casa toda quinta-feira e voltar na segunda-feira, por exemplo.
5-Construa com eles um bilhete que comunique a intenção e uso da Mala em casa, para os pais.
6- É legal ter um livrão ou caderno para os registros das famílias e crianças sobre a experiência com as histórias em casa. Peça aos pais que registrem utilizando Fotos, vídeos, desenhos e relatos escritos, os mesmos devem ser sempre socializados em sala.
Crianças que vivenciam experiências de leitura compartilhada em casa, ampliam seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social, portanto, a relação entre famílias e instituições de educação infantil deve ser como diz nossa legislação: de cooperação e complementação. Entender as expectativas dos pais e da escola em relação as aprendizagens da escrita e da leitura na educação infantil é muito importante para construir um projeto curricular que respeite a criança e as infâncias na garantia dos direitos de aprendizagem propostos pela Base Nacional Curricular Comum, a BNCC.
A ideia apresentada nesse artigo diz respeito ao trabalho com a leitura através do diálogo entre famílias e escola por meio da literatura mas vale a pena pontuar que vejo professoras ampliando essa prática de interação com as famílias utilizando outras linguagens, tais como a Música, Teatro, Ciências entre tantas outras, que podem ser abordadas também nessas malas, sacolas e caixas temáticas. As crianças pequenas amam as Caixas da Natureza e com os bebês e crianças bem pequenas , por exemplo já vi muitas caixas musicais, eles adoram!
Inspire-se e compartilhe a foto da sua “mala”!
Quero ver como vc faz!
Vem que eu te ajudo!
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*imagem de uma Sacola Literária feita por crianças de 3 anos com pintura em tecido realizada com tinta aguada em borrifadores, EMEI Lindéia em BH-MG. Prof. Marcilene Oliveira. Coord. Flavia Raquel, 2016.