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Estamos vivendo um momento incrível na educação infantil, onde estados e municípios estão discutindo a constituição de um referencial currícular para a infância, incluindo os bebês. Parece loucura dizer de um currículo para a infância, etapa da vida onde o brincar livre e as interações são indissociáveis e promovem o desenvolvimento humano. Mas não é. E tem bebê na BNCC!
Conforme o documento nacional, todas as crianças que frequentam uma instituição de educação infantil, independentemente do estado, município, da região, de sua condição econômica e social, têm explicitado e garantido seus direitos de aprendizagem, desde bebês.
Há muitas polêmicas em relação à Base Nacional Curricular Comum –BNCC- mas, há de se destacar que o documento da Educação Infantil traz uma inovação na garantia dos direitos de aprendizagem e na proposta de organização curricular por Campos de Experiências. Esta proposta se diferencia de um currículo pautado no conhecimento e no ensino, e tem como foco as crianças e bebês em experiências e interações ao longo de seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
A especificidade deste atendimento requer uma nova concepção sobre a infância, sobre a criança, sobre ser professor de educação infantil e ainda, sobre as práticas educativas na infância. Já pensou nisso? É necessária a professora de bebês e crianças pequenas a postura de pesquisador(a) do universo infantil, de sua cultura, necessidades, interesses e saberes. Sabe-se que a criança, mesmo tão pequena, expressa-se de diversas formas, através do choro, do olhar, do movimento, das vocalizações, com seu jeito próprio de ver e pensar o mundo, vivendo um dos momentos mais significativos do processo evolutivo do ser humano. Faz-se necessário instigar o seu desejo de agir sobre o mundo, organizando experiências essenciais, vivências ricas e de qualidade em que elas possam exercer o papel de protagonistas de suas ações, mesmo assim tão pequenas.
Em meio a discussões acaloradas, ainda assim a Base representa um avanço importante no processo histórico da integração da educação infantil ao conjunto da educação básica e sinaliza um panorama para que os profissionais que atuam nas escolas de educação infantil – principalmente para aqueles que estão amarrados em modelos, receitas e lista de atividades a serem realizadas no cotidiano das instituições educativas – tenham em mãos, caminhos que apontam o que os pequenos precisam viver nesta fase inigualável do desenvolvimento humano. E a partir disto, recriar suas práticas educativas, se engajando num novo fazer pedagógico que compreende a aprendizagem e o desenvolvimento em todos os seus aspectos, indissociáveis e complementares.
Neste sentido, entende-se que a Base não está pautada em conhecimentos sistematizados, mas tem a criança como sujeito central e ativo na construção de conhecimentos. Ela prevê a intencionalidade do processo educativo nas propostas desenvolvidas pelos educadores com os bebês e as crianças bem pequenas e não deve ser seguida como uma lista prescritiva de atividades.
Prepare-se! Tem bebê na BNCC! Chegou a nossa vez, professores da infância! Prevejo mudanças que trarão qualificação, visibilidade e valorização do trabalho docente ‘aqueles profissionais que estiverem dispostos a mudar, a descentralizar sua ação educativa e olhar para bebês e crianças bem pequenas como foco do trabalho pedagógico! Fico feliz por estar vivendo essa mudança. Vem comigo! Vem saber sobre a educação infantil e a BNCC!
Vem que eu ajudo!