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Hoje comemora-se o Dia dos Professores. E estou aqui a refletir… a pensar o que comemorar… É escola sem partido, cívico-militar, homeschooling, professor sendo denunciado e ameaçado, muita bala perdida, salas lotadas, condições precárias de trabalho, mercado pressionando e sociedade nos desqualificando… Haja motivação!
Sou professora de educação infantil há mais de 20 anos e atualmente, como professora de professores me preocupa, nos cursos e palestras, não iludir colegas com manuais e modelos perfeitos para uma educação eficiente, por isso, invisto sempre na formação teórica, política e histórica da educação. Nossa profissão é de luta. Me incomoda gente que nunca esteve em sala de aula querendo dar a solução mágica para a educação nesse país. Atente-se.
Professor é profissão de luta
É preciso compreender, estudar, testar, viver a profissão em todas as suas vertentes e saber que nossas conquistas serão sempre frutos de lutas coletivas, árduas e persistentes.
A desvalorização docente é um produto de uma sociedade desigual. Basta observar a diferenciação salarial entre a educação infantil e outros níveis de ensino. Como explicar um professor da Educação Infantil ser menos valorizado que um professor do ensino fundamental, por exemplo? A questão salarial é apenas um aspecto desse teorema complexo que envolve a valorização docente. A solução não é simples. Mas, eu acredito, é possível.
Lutar para transformar
Conforme Paulo Freire, se a educação não transforma a sociedade, atua sobre os que podem transformá-la e, às vezes, contraditoriamente, pela sua própria situação de desvalorização. As lutas, resistências e denúncias formam e forjam caminhos de esperança.
Precisamos sim, cada vez mais e mais de professores, sem a ilusão da acomodação, do fazer fácil, mas sim com a certeza da ação docente progressista e transformadora, dos apoios solidários e coletivos. Sem eles, o País paralisa e se cristaliza na acomodação e segue rumo ao retrocesso.
Não desistir e sim, resistir !
Por isso, sigo resistindo e insistindo em espaços físicos e virtuais para refletirmos, para construirmos novas ideias e para socializar nossas práticas. Sigo acreditando nessa força docente, na qualificação de professores, no acesso ao conhecimento e melhores condições de trabalho para todos.
Lutar pela educação plena é necessariamente lutar pela transformação da sociedade. É resistir! Não há atalhos. O dia em que Professoras(es) da Educação Infantil forem mais valorizadas(os), em todos os sentidos, será o dia em que estaremos a inaugurar uma nova sociedade.
Eu estou pronta e muito preparada para não abandonar as batalhas. Eu quero, um dia, comemorar de verdade essa conquista. Até lá, muita luta faz-se necessária… Vamos juntas(os)!
Sou feliz e realizada por ser professora e vou comemorar essa escolha. Todos os dias. Afinal, a luta continua.
Um brinde a nós, Professoras(es) da Infância! Sigamos!